Solenidade
de posse do Conselho Estadual dos Direitos Indígenas
- CEDIND , realizado no dia 17/05/2018, Plenário
José Ribeiro de Castro Filho, sito à Avenida
Marechal Floriano, 210 – 6º andar , na sede da CAARJ.
Programação: 12h00 às 12h40 – Credenciamento
das Associações, Movimento e organizações
da Sociedade Civil, cujo inscrição foi aprovada
pela Comissão Eleitoral para participar da Assembleia
de Eleição; 13h00 às 14h00 – Assembleia
de Eleição - 14h00 - Início da Cerimônia
de Posse dos Membros do CEDIND.
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Ontem
a mãe terra em segredo me contou que o poder
das mulheres sempre foi majoritário. Os homens
quando em circulo só entre eles conversavam...
tinha uma hora que eles corriam para falar com a mulher...
que dizia sim ou não o que fazer. Depois eles
vontavam para discutir e definiam com bases de articulação
entre eles. As mulheres é... Sim, na aldeia
quem governa são as mulheres em silêncio
em suas redes com os maridos a voz que aparece silenciosa
e as delas Pela boca dele E eu vi só que a
compreensão ali e difícil. E pensar
da imposição Não se ouve o grande
Espírito. A
representante da Secretaria de Estado e Políticas
para as Mulheres, Dra. Monaliza, representando a “Comissão
Eleitoral”, encaminhou duas propostas ao plenário
para a concordância do pleno: a primeira: “Que
a sociedade civil representado por instituições
no contexto urbano e as aldeados, escolhessem um presidente
para presidir o CEDIND, no primeiro momento e depois
a posse em conjunto com os demais membros.
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Com os questionamentos do plenário, a Representante
Governamental informou a todos os presentes que o segmento
governamental ficaria para um segundo momento, já que
algumas secretarias não estiveram presentes e muitas
ainda não tinham escolhidos os representantes para
compor o conselho que são 12 membros governamentais
e 12 membros de comunidades indígenas, além
de instituições que embora sem direito a voto
tem direito a palavra e apoio técnico. Com a concordância
do pleno, a bancada indígena se reuniu abrindo palavra
para todos os representantes. Após longo debate, foram
escolhidos 02 presidentes: um Guarani Nino Karai Araponga
– Patrimonio Partaty e outro representante Tukano da Aldeia
Maracanã.
Segundo Dra. Cristiane
Santos em sua coluna no Facebook narrou o evento de forma
magistral. "Ontem foi implementado o Conselho Indígena
do Estado do Rio de Janeiro. Com falas importantes de Eliane
Potiguara,onde ressaltou a importância do presidente
e conselheiros saberem que o celular precisa ficar ligado,
ter disponibilidade financeira para as idas e vindas a reuniões
saber dialogar com todos sem descriminação de
etnias, autodeclarados, as auto afirmações resurgencias
étnicas, onde deixa bem claro a bom entendedor que
os cargos não são remunerados.
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As
sete aldeias entre elas guarani e Pataxo suas lideranças
se manifestaram com falas sobre o esquecimento dos indígenas
urbanos perante a eles e as lutas que já fazem
com muita garra em busca dos direitos indígenas
de saúde, educação e territórios
e a participação de um de lá concorrendo
ao cargo de presidência. Por sugestão foi
indicado para presidência dois presidentes (abrindo
uma nova questão a conselhos já existentes
e como será feito isso ?). Nino
Wera'i , vice cacique da aldeia de Araponga- Paraty,
que já vem com a bagagem de políticas
públicas voltada a indígenas e participante
de várias ações junto ao governo,
fóruns, rodas de conversa e a militância
nata e presente com sua família e o inseparável
filho que já vem aprendendo os passos do pai
e do avô cacique Agostinho, esteve recentemente
no Atl (Acampamento Terra Livre), dialoga sem descriminação
a indígenas em contexto urbano e os autodeclarados
e as etnias de auto afirmação. |
Cacique Carlos
Tukano e o segundo ou primeiro presidente do Conselho algo
ainda a ser formalizado entre os conselheiros , o vice presidente
por falta de korum não houve a eleição.
A todo momento a forma indígena de se resolver as questões
e formulações foi respeitada". Meus
parabéns a Cacique Nino e a
todos os presentes.
Cristiane
Santos
Secretaria e Conselheira do Coneplir Conselho Estadual de
Defesa e Promoção da Liberdade religiosa.
Ficou também
aprovado que a nova Mesa Diretora ira convocar uma reunião
do pleno para discutir políticas públicas e
a elaboração do RI - Regimento Interno do CEDIND.
O Coelheiro Reinaldo Potiguara representante da AULA- Associação
Universitária Latino Americana, falou concordando com
a Eliane Potiguara, quando ela pediu para que olhássemos
com cuidado o atual momento, tendo em vistas o interesse da
comunidade Guarani, ter externado o interesse de presidir
o CEDIND. “O presidente do CEDIND tem que contar com uma infraestrutura
mínima para funcionar, já que a função
de presidente toma muito tempo e que tem muitos gastos financeiros.
É uma situação que demanda muito trabalho
e gastos financeiros” finalizou.
O conselheiro
Reinaldo potiguara, concordou com a conselheira e disse que
temas importantes como a Educação Indígenas,
e/ou temas como a Demarcação de Terras indígenas
(assuntos fundiários); A criação de uma
Universidade Indígena; Da criação de
um Centro de Convivência Indígena para abrigamento
no contexto urbano; e Restauro do Antigo Museu do Índio
sejam pauta e estudo na formação de Comissões
Temáticas que iram ser criadas; E que os membros dessas
comissões temáticas, auxiliem a Mesa Diretora.
Reinaldo, finalizou lembrando a transição que
se faz com as eleições em outubro para o Governo
do Estado do Rio de Janeiro. “Estamos em transição
do governo Pezão e que é importante que os "presidentes"
no contexto urbano e aldeados, se dediquem ao oficio de estruturar
o CEDIND”.
Outro ponto levantado
é que as Assembleias Ordinárias e Extraordinárias
sejam descentralizadas, já que foi objeto de desconfiança
das lideranças indígenas aldeadas. A solenidade
contou também com a presença de várias
instituições, como universidades e segmentos
sociais. Síntese: Não foi possível nesse
primeiro momento dado as dificuldades de locomoção
e infraestrutura, da realização de uma Assembleia
Extraordinária para propor ações concretas,
já que se espera a nomeação dos novos
conselheiros eleitos em “Diário Oficial” sejam da sociedade
civil e governo. Reinaldo Potiguara finalizou o debate dizendo:
Precisamos sair da condição de “Conselho Consultivo,
para Conselho Deliberativo”, e que essa deve ser a primeira
ação a ser articulada pelos conselheiros, Governo
e a ALERJ, transformando em Deliberativo”.
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"A
sugestão para “quebrar as regras” veio de Eliane
Potiguara, índia urbana, escritora e professora,
que vive na cidade do Rio de Janeiro, durante as improvisadas
eleições de ontem, previstas para durar
dez minutos. Acabaram, porém, consumindo mais
de meia hora, com direito ao canto sagrado de apoio
feito pelo índio pataxó Arassari, de
Porto Seguro, “de agradecimento, para trazer energias
para um bom trabalho e proteger a espiritualidade
de todos os presentes”, explicou, com um sorriso".
Ver
link - JB
Finalizando:
O presidente Cacique Tukano do Contexto Urbano, falou:
"esperamos 518 anos para reparação
aos povos tradicionais e que o momento chegou",
sendo muito aplaudido.
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Toni
Lotar: "Ontem os indígenas do Rio de Janeiro
comemoraram uma grande conquista: a criação
do Conselho Estadual dos Direitos Indígenas que
será uma ferramenta muito importante no encaminhamento
de políticas públicas para os mais de
30 mil índios aldeados e urbanos que habitam
no estado do Rio". |
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Fotos: Dilmar José
Texto: Reinaldo de Jesus Cunha - Presidente da Associação Universitária Latino Americana
Jornalista: 0036785/RJ |